quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

O amor não tira férias

O amor não tira férias (The Holiday, EUA, 2006)
Comédia Romântica - 138 min

Em breve a crítica!

Novo 'Nancy Meyers' que melhor que "Alguém tem que ceder" só tem a Kate Winslet!

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Xuxa Gêmeas

Xuxa Gêmeas (Idem, Brasil, 2006)
Comédia - 81 min

Como prova de que o cinema é democrático, chega um novo filme voltado ao público infantil. Lembrando-se de que existem cineastas cientes de que um público fiel gera lucros, chega o novo filme da Xuxa. Esquecendo-se que o cinema é antes de tudo uma arte, chega aos cinemas “Xuxa Gêmeas”.

Admito logo que talvez por ter crescido enquanto Xuxa era um sucesso para a criançada admiro a apresentadora. Incrível como muita gente só consegue detratá-la, seja pelo seu passado, pelos seus programas ou por qualquer outra razão. Ela faz sucesso atualmente com suas premiadas coletâneas “Xuxa só para baixinhos”. Não há dúvidas, para mim, de que ela realmente goste de trabalhar com crianças. Perante a aculturação americana de nosso e qualquer país, verificou-se que essa mesma criança é um ótimo público de cinema. Daí, com a escassez de filmes brasileiros (os infantis, claro), Xuxa resolveu fazê-los. E fazendo-os, me forneceu uma razão mais plausível para que muitas pessoas a detratem.

Não é para menos que esse é um dos piores filmes que trazem seu nome. Não bastasse a direção louca e espalhafatosa de um Jorge Fernando que não perde a oportunidade de mostrar a cara em seus trabalhos, o filme traz uma trama velha, com personagens fracos e até mesmo ridículos. É Xuxa em dobro nesse filme. Certo momento você vê a sonsa e boazinha Mel. No outro, a caricata e malvada Elisabeth. Esta significou para mim o momento mais engraçado da projeção, pois em sua primeira aparição (numa reunião na empresa da qual é presidente) manda e desmanda tudo de ruim que pode acontecer numa empresa para os empregados, o que de tão ridículo tornou-se hilário. Mel mora na favela mais pacífica do mundo e se apaixona por um artista do espetáculo de Beto Carrero sem sequer ter tido um contato com o rapaz. E essa paixão rola até mais da metade do filme quando finalmente se conhecem e se apaixonam rapidamente. Falar da fotografia, da cenografia, da edição do filme é dizer que todas chegam em momentos sofríveis. A cópia de “Esqueceram de mim” é o que o próprio nome diz, uma cópia, e das mais mal disfarçadas que já vi, tomando como vilões os dois porteiros do programa Zorra Total da Globo. Outro momento engraçado é um número musical no meio do filme, em que a boa Xuxa canta de amor pelo homem que nunca viu sem ser pela televisão e a má Xuxa canta que é “má”. Simplesmente vergonhoso, pois não consegui conter a gargalhada, e ninguém estava me acompanhando. Não posso me esquecer da lamentável participação de Ivete Sangalo, que por amizade resolve aparecer no filme para cantar e brincar de atuar.

Embora o filme divirta as crianças que não escolhem nada melhor para ver, seja porque não podem ou porque não querem, essa diversão é um tiro pela culatra. Querendo ser a verdadeira rainha dos baixinhos em todas as mídias, Xuxa diverte a criançada a curto prazo. Assim que as crianças crescerem, deverão notar a falta de conteúdo desse verdadeiro caça-níqueis. Se notarem.


Cotação: 0,5/10

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Fica comigo esta noite

Fica comigo esta noite (Idem, Brasil, 2006)
Comédia - 73 min

Em breve a crítica!

Gostei do filme!

domingo, 17 de dezembro de 2006

Por água abaixo

Por água abaixo (Flushed Away, Ing/EUA, 2006)
Animação - 83 min

Último filme do ano animalesco das animações, “Por água abaixo” consegue fazer rir adotando velhas fórmulas do gênero. A risada não é acompanhada de uma estória que seja assim tão nova, mas o charme britânico que a ronda torna-a eficiente.

Quando citei o ano animalesco, simplesmente estava traduzindo o que 2006 foi para os filmes de animação. Afinal, quase todos os filmes – que não foram poucos – tinham animais como protagonistas da história. Enquanto uns agradaram, como Os sem-floresta (o melhor) e A era do gelo 2, outros serviram como esquecíveis passatempos, como O segredo dos animais (o pior) e O bicho vai pegar. E como o resultado de tanto filme é bilheterias quase sempre satsifatórias, ano que vem teremos muito mais, como o esperado Ratatouille (da Pixar), que esperamos não ser uma cópia desse novo filme, também com ratos. Na verdade, esperamos agora que tenha um destino parecido.

Não bastasse sua rápida metragem, o filme passa muito rápido devido a agilidade do roteiro, que não quer ficar segurando o filme com maiores aprofundamentos de personagens. Afinal, é uma animação, isso não é preciso, é? Nem preciso lembrar que “Procurando Nemo” foi um tremendo sucesso por causa de suas personagens bem estruturadas. Não que os ratinhos não tenham suas personalidades características, mas o filme é altamente previsível, pois assim o são suas personagens. De seu início até o final, para tentar dissolver a previsibilidade, temos os momentos cômicos com as lesmas cantantes e gritantes ou com a trupe de sapos franceses para nos lembrarmos com mais carinho do filme. Apesar disso, as personagens têm carisma, o que ajuda o filme a cativar o espectador. Há momentos inspiradíssimos para cada personagem, sendo que destaco os capangas ratos do vilão Sapão, uma figura a parte também destacável. Dessa vez, o estúdio Aardman digitalizou sua velha massinha utilizada em “A fuga das galinhas” e no oscarizado “Wallace e Gromit – A batalha dos vegetais”, o que manteve o charme de sempre, com imperfeições propositais, de uma forma mais ágil (já que digitalemente, a economia maior foi no tempo de confecção) mas mais artificial (já que antes era algo bem sólido). Permitindo-se então fazer mais coisas que não eram muito viáveis com a massinha, o filme explora o mundo subterrâneo dos esgotos de forma interessante, embora às vezes claustrofóbica demais.

Apesar de obedecer a fórmulas prontas para agradar os públicos mais jovens, o filme ainda teve um charme diferente na utilização delas. Charme este que nos faz rir de velhas piadas e gostar do filme mesmo assim, embora lembremos depois que dali não tiramos nada essencialmente novo, mas que a essência era justamente a comicidade inteligente que esperávamos do filme.


Cotação: 7/10

sábado, 16 de dezembro de 2006

007 Cassino Royale

007 - Cassino Royale (Casino Royale, EUA, 2006)
Ação - 145 min

Ícone absoluto dos filmes de ação, o agente secreto 007 sobreviveu a 20 filmes, embora tal sobrevivência não tenha se mantido com tanta classe no seu último filme. Terminar ou renovar? Hollywood pensa monetariamente, logo renovar era a melhor resposta. E a resposta foi altamente satisfatória para o público. “007 - Cassino Royale” é um filme de ação em que o coração também tem seu lugar.

Foi com muita ironia que se contabilizou a bilheteria do filme anterior, “007 - Um novo dia para morrer”, e verificou-se a maior bilheteria já arrecadada para um filme da série. Afinal, o filme anterior era extravagante demais, com um roteiro fraco, e uma direção que deixou a desejar. A explicação para isso só pode ser o fascínio que a figura de James Bond causa no público. É com muita felicidade que recebemos essa vigésima primeira película, em que Bond ficou loiro e, segundo muitas, feio. Irrelevâncias quando comparamos com a capacidade do ator em criar um excelente Bond, que conquista as mulheres com seu charme e combate os criminosos com eficácia. Daniel Craig acabou, então, sendo uma ótima escolha para substituir Pierce Brosnan. Deste não comento já que de seus 4 filmes no papel do agente secreto, eu assisti apenas a um deles, o último deles. Na verdade, antes do filme de 2006, era o único filme de 007 que havia visto. Só quis ressaltar a funcionalidade do novo ator como James Bond.

O filme começa com a elevação do status de Bond a agente “00”, antes que apareçam os créditos iniciais de praxe. A canção do filme não ficou tão bem com os créditos, mas ela não deixa de ser legal, com temas que são relembrados durante o filme na trilha sonora, nada de espetacular. O elenco em si foi competente. Mads Mikkelsen interpreta um Le Chiffre bem convincente e controlado, sem maneirismos ou caricaturas vilanescas. Judi Dench volta como M, e faz o bom trabalho de sempre. Eva Green demora a aparecer e quando surge traz um outro ar ao filme. Sua primeira cena é ótima, num diálogo inspirado com Bond num trem. E depois só faz trazer coisas boas ao filme. O diretor Martin Campbell emprega edições inteligentes e um ritmo que falha próximo ao final, mas que perdoamos pela sua necessidade. Os eventos que ocorrem no Cassino do título são bem montados, tanto na esperteza de segurar o final do jogo para o último momento (mesmo que já tenha mostrado eventos da manhã seguinte antes) como no deslocar de pessoas ao redor da mesa. Não esqueço de comentar sobre o belo momento intimista entre Bond e Vesper no banheiro. Não comento mais sobre a história pois não estrago o final, mas esse final é emocionante e impressionante, se não esquecer de dizer doloroso. O roteiro eficiente fecha o filme de maneira similar.

Já se tornando a maior bilheteria de um filme da série, “007 - Cassino Royale” emprega cérebro na ação, sem se esquecer do coração. Um bom filme de ação que tira sangue e causa dor no agente secreto, tornando-o mais humano através de sua couraça. Afinal, não há quem consiga se privar de todo sentimento para viver de matar os outros. E essa crise é que é o melhor do filme.

Cotação: 8,5/10
Thúlio Carvalho

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Inaugurando pelo começo

Embora possa parecer redundância, enfatizo a ausência desta no título desse post inaugural do Filmog - Crítica Irreverente. Afinal, antes de começar as atividades de postar meus comentários sobre os lançamentos nos cinemas e sobre premiações cinematográficas (que aliás estão em extrema atividade nesse trocar de ano), queria prestar uma homenagem que relembra o começo de tudo.

Na verdade, estou sendo meio nepotista afinal a homenagem é direcionada a meu antigo blog de críticas, que com o passar do tempo acabei deixando de lado. Mas se eu não lembrar dele, ninguém o fará por mim. Ele se chamava justamente Filmog - Crítica Irreverente, nome que quis manter aqui pois sempre foi um nome que adorei ter criado. A irreverência da crítica reside no fato de que eu não sou crítico, nem sou um nato entendedor de cinema como muitos alegam ser sem sê-lo. Eu curto cinema, gosto muito de cinema e entendo um pouco dele também. Seria falsa modéstia afirmar esse "pouco entendimento"? Julgo que não, afinal, os referenciais sempre são diferentes de pessoa para pessoa. Por isso que minhas críticas variam pelo técnico, pelo emocional, pelo artístico, enfim, a irreverência está inscrita nelas.

O início dessas irreverentes críticas se deu em 14 de março de 2004, quando abri o site no portal de blogs do Blig. E ainda tinha inventado um codinome para minha pessoa de Cithunema (que ainda é meu nome por lá), mas essa adição de minha primeira sílaba nessa que é a palavra mais bela do mundo não colou. "Na companhia do medo" foi o primeiro filme criticado, um terror psicológico com a vencedora do Oscar Halle Berry que não escolheu bem seus filmes após ganhar seu carequinha dourado. Infelizmente, minha vontade de criticar os filmes ocorreu somente até novembro do mesmo ano. eu voltava ao blog tentando reavivá-lo, com lista de melhores do ano 2004 logo no início de 2005, ou mesmo para falar sobre os indicados ao Oscar da premiaçào desse ano que está terminando. Enquanto estava nos Estados Unidos, a falta do que fazer de algumas tardes me levou a criticar um filme, "A casa do lago". Mas a crítica está longe do que gostaria de ter escrito sobre o filme. Nesse ano de 2006, eu ainda tinha remodelado o visual do site, colocando fotos de dois soberbos diretores no topo da página (Stanley Kubrick, de "Laranja mcânica", e Milos Forman, de "Amadeus"), além de outras duas de dois excelentes filmes: "O senhor dos anéis - O retorno do rei" e "Marcas da violência".








Devo admitir que minha preocupação com o estético do site também foi fator pelo qual deixei de escrever no antigo Filmog. O limite de espaço para fotos postadas no site havia chegado perto do fim, impossibilitando novas fotos. Com isso, o site seria puramente vocabular, o que não é nada atraente em um website. Mas esse novo portal não tem esse problema. A questão agora é vencer o natural desinteresse pelo site com o passar dos meses, contra o qual já criei a arma de que não preciso escrever críticas imensas sobre todos os filmes vistos nos cinemas. Muitos deles nem merecerão tal feito, por isso bastaria comentários como vinha fazendo no meu blog de viagem Thúlio por Throdo.

Enfim, termino aqui esse post inaugural. Começa nessa sexta-feira, 15 de dezembro de 2006, sexta-feira a qual não fui ao cinema (e nem para a aula que me impede de ir a ele como ia durante os anos anteriores). Mas logo postarei um texto sobre a fase de premiações desse ano que já está em polvorosa com a divulgação dos indicados ao Globo de Ouro, ontem à tarde. Críticas mesmo, só quando for ao cinema (o que demorar não deve)!