sábado, 16 de dezembro de 2006

007 Cassino Royale

007 - Cassino Royale (Casino Royale, EUA, 2006)
Ação - 145 min

Ícone absoluto dos filmes de ação, o agente secreto 007 sobreviveu a 20 filmes, embora tal sobrevivência não tenha se mantido com tanta classe no seu último filme. Terminar ou renovar? Hollywood pensa monetariamente, logo renovar era a melhor resposta. E a resposta foi altamente satisfatória para o público. “007 - Cassino Royale” é um filme de ação em que o coração também tem seu lugar.

Foi com muita ironia que se contabilizou a bilheteria do filme anterior, “007 - Um novo dia para morrer”, e verificou-se a maior bilheteria já arrecadada para um filme da série. Afinal, o filme anterior era extravagante demais, com um roteiro fraco, e uma direção que deixou a desejar. A explicação para isso só pode ser o fascínio que a figura de James Bond causa no público. É com muita felicidade que recebemos essa vigésima primeira película, em que Bond ficou loiro e, segundo muitas, feio. Irrelevâncias quando comparamos com a capacidade do ator em criar um excelente Bond, que conquista as mulheres com seu charme e combate os criminosos com eficácia. Daniel Craig acabou, então, sendo uma ótima escolha para substituir Pierce Brosnan. Deste não comento já que de seus 4 filmes no papel do agente secreto, eu assisti apenas a um deles, o último deles. Na verdade, antes do filme de 2006, era o único filme de 007 que havia visto. Só quis ressaltar a funcionalidade do novo ator como James Bond.

O filme começa com a elevação do status de Bond a agente “00”, antes que apareçam os créditos iniciais de praxe. A canção do filme não ficou tão bem com os créditos, mas ela não deixa de ser legal, com temas que são relembrados durante o filme na trilha sonora, nada de espetacular. O elenco em si foi competente. Mads Mikkelsen interpreta um Le Chiffre bem convincente e controlado, sem maneirismos ou caricaturas vilanescas. Judi Dench volta como M, e faz o bom trabalho de sempre. Eva Green demora a aparecer e quando surge traz um outro ar ao filme. Sua primeira cena é ótima, num diálogo inspirado com Bond num trem. E depois só faz trazer coisas boas ao filme. O diretor Martin Campbell emprega edições inteligentes e um ritmo que falha próximo ao final, mas que perdoamos pela sua necessidade. Os eventos que ocorrem no Cassino do título são bem montados, tanto na esperteza de segurar o final do jogo para o último momento (mesmo que já tenha mostrado eventos da manhã seguinte antes) como no deslocar de pessoas ao redor da mesa. Não esqueço de comentar sobre o belo momento intimista entre Bond e Vesper no banheiro. Não comento mais sobre a história pois não estrago o final, mas esse final é emocionante e impressionante, se não esquecer de dizer doloroso. O roteiro eficiente fecha o filme de maneira similar.

Já se tornando a maior bilheteria de um filme da série, “007 - Cassino Royale” emprega cérebro na ação, sem se esquecer do coração. Um bom filme de ação que tira sangue e causa dor no agente secreto, tornando-o mais humano através de sua couraça. Afinal, não há quem consiga se privar de todo sentimento para viver de matar os outros. E essa crise é que é o melhor do filme.

Cotação: 8,5/10
Thúlio Carvalho

Nenhum comentário: