sábado, 24 de fevereiro de 2007

Antes do Oscar 2007

Quando inaugurei esse blog, designei que escreveria sobre as repercussões de toda a temporada de prêmios que antecede - ou culmina com – o Oscar®. Não cumpri com o que disse. Infelizmente, eu estava em época de aulas e escrever para o blog ia tomar meu tempo (já que demoro a escrever). Mas enfim, na véspera da chamada grande festa do cinema, venho ao Filmog para deixar meus comentários categoria a categoria da premiação de amanhã.

Dos 40 filmes indicados, consegui ver 38 deles. Pena que os dois que faltam sejam filmes já em cartaz no Brasil, mas que em Aracaju não chegaram ainda. Comecei a vê-los especificamente no dia 14 de maio do ano passado, quando o filme Poseidon estava em seu fim de semana de estréia nos Estados Unidos, e conseguiu angariar uma indicação para efeitos visuais. O último deles vi hoje, 24 de fevereiro, o alemão As vidas dos outros, indicado na categoria de filme estrangeiro. Quando referi-me a 40 filmes, desconsiderei os documentários e os curtas, já que são de difícil acesso; muito embora tenha conseguido ver dois curtas de animação e o documentário que está incluso nos 40 filmes, já que angariou também uma indicação a canção original.

Terminando de escrever esse parágrafo ouvi “O segredo de Brokeback Mountain” acabar na televisão do quarto de meus pais. É inevitável lembrar da injustiça da premiação passada, em que esse filme merecia bem mais que “Crash” sair como o melhor filme na premiação. E infelizmente, temo que esse ano também existam injustiças.

Sem mais delongas, começo a dissecar cada categoria com meus comentários, com as previsões, as chances e as prováveis injustiças.

Em azul, meu favorito!

Em vermelho, quem deve vencer!

Melhores Efeitos Visuais

Piratas do Caribe: O baú da morte

Poseidon

Superman – O retorno

Poseidon pode ter sido meu primeiro filme visto desse Oscar®, mas ele é o mais fraco de todos. Superman impressionou, principalmente quando tive a oportunidade de ver o filme numa sala IMAX em Los Angeles, com óculos 3D e uma tela de altura correspondente a um prédio de 7 andares. Mas o show dos efeitos ficou realmente com Piratas do Caribe, que levou a maioria dos prêmios do sindicato de técnicos em efeitos visuais. Ironicamente, o prêmio principal desta premiação foi dada a Cassino Royale, que nem figura dentre os indicados no Oscar.

Melhor Mixagem de Som

Apocalypto

A conquista da honra

Diamante de sangue

Dreamgirls – Em busca de um sonho

Piratas do Caribe: O baú da morte

Categoria que não sei opinar por avaliação pessoal, o favorito é Dreamgirls, por ter levado o prêmio do sindicato. E além disso, a Academia adora premiar musicais e filmes de guerra nessa categoria, o que para mim traria possibilidades para A conquista da honra.

Melhor Edição de Som

Apocalypto

Cartas de Iwo Jima

A conquista da honra

Diamante de sangue

Piratas do Caribe: O baú da morte

Primeira das cinco categorias que não consegui completar, já que não tive a oportunidade de ver Cartas de Iwo Jima. Semelhante à categoria anterior na dificuldade de avaliação pessoal, não sei quem levou o prêmio pelo sindicato, logo não sei dizer quem é o favorito. Mas seria uma maneira de dar um Oscar® para Iwo Jima (já que deve perder os outros) ou para a insanidade tecnicamente bem feita de Mel Gibson (Apocalypto). Aliás, o editor de som deste filme é o maior perdedor da categoria, com diversas indicações anteriores (não me lembro\do do número exato). Será um ano de compensação? A meu ver, não seria injusto, e é minha aposta.

Melhor Canção Original

‘Our Town’, Carros

‘Listen’, Dreamgirls

‘Love you I do’, Dreamgirls

‘Patience’, Dreamgirls

‘I Need to Wake Up’, Uma verdade inconveniente

Graças a essa categoria, o filme Dreamgirls foi quem obteve mais indicações esse ano, já que só nela levou três destas. Haveria o risco de vote split, ou seja, divisão de votos dentre as do musical, e a canção insossa de Carros sair vencedora. Para mim, a melhor é Listen, e daria o Oscar® e minha aposta para ela.

Melhor Maquiagem

Apocalypto

Click

O labirinto do Fauno

Esse foi o maior susto do ano. Ver o filme Click indicado ao Oscar®. Sei que muitos adoraram, mas infelizmente não foi o meu caso e também há melhores trabalhos na área, com certeza. Enfim, se vencer vai ser a coisa mais triste desse ano. Que bom que as chances disso são pequenas, já que enfrenta adversários com ótimos trabalhos. Acredito na vitória de Fauno, pois aquele Fauno sozinho é um excelente trabalho de maquiagem.

Melhor Figurino

O diabo veste Prada

Dreamgirls – Em busca de um sonho

A maldição da Flor Dourada

Maria Antonieta

A Rainha

Todos os indicados mereceram a indicação. Os figurinos são ótimos de acordo com meu leigo olhar para essa categoria. Sempre achei que Prada não devesse ganhar pois muitas das roupas usadas não foram confecções do(a) figurinista. Embora seja um filme mediano, A maldição da Flor Dourada levou o prêmio do sindicato pelo bem trabalhado figurino. Outro que levou o prêmio foi A Rainha. Dreamgirls tem um figurino variado, absorvendo várias tendências de décadas passadas. Mas eu adoraria ver premiado o figurino de Maria Antonieta, afinal ele é eficiente e torna mais bonito um filme que muitos odiaram (não é o meu caso).

Melhor Direção de Arte

O bom pastor

Dreamgirls – Em busca de um sonho

O grande truque

O labirinto do Fauno

Piratas do Caribe: O baú da morte

Aqui está mais um dos únicos dois filmes que não vi: O bom pastor. Li que muitos adoraram o filme, mas mesmo assim só foi lembrado nessa categoria estritamente técnica. Não acredito que ganhe. As chances aqui são altíssimas para O Labirinto do Fauno, que conta um belíssimo trabalho que levou o prêmio do sindicato. Uma zebra que me deixaria feliz seria a vitória de O grande truque, um dos melhores filmes do ano passado. Dreamgirls parece ter menos chances aqui por errar na passagem do tempo em certos momentos. Piratas parece-me ter nulas chances.

Melhor Montagem

Babel

Diamante de sangue

Filhos da esperança

Os infiltrados

Vôo United 93

Categoria importantíssima para as previsões do Oscar®, pois quem ganha melhor filme geralmente sempre consta nessa categoria. Esse ano seria então uma disputa entre Babel e Os Infiltrados na categoria principal. E para aumentar o suspense, ambos empataram no prêmio do sindicatos de montadores para drama. Dreamgirls levou o de musical/comédia, vencendo Pequena Miss Sunshine, que é visto como a terceira grande possibilidade na categoria principal. Nenhum desses dois foi indicado a Edição no Oscar®. Dos outros indicados, o trabalho de Vôo United 93 merece destaque e não seria muita surpresa se levasse o careca dourado. Se não estivesse obcecado pelo primor de Os infiltrados, eu votaria nele.


Melhor Trilha Sonora Original

Babel

O segredo de Berlin

O labirinto do Fauno

Notas sobre um escândalo

A Rainha

Adoro essa categoria. Se um filme tem uma trilha sonora primorosa, me conquista. E esse ano, somente dois desses indicados são ótimos: Fauno e Rainha. A primeira é belíssima adotando o tom de fábula que o filme apresenta. A segunda revelou-se um ótimo trabalho de um compositor em destaque, que levou o Globo de Ouro dessa categoria por outro filme (The Painted Veil). A trilha de Babel não me agradou muito, tendo em vista que o compositor Gustavo Santaolalla ganhou ano passado por um trabalho bem melhor. Os outros dois filmes para mim foram um erro de escolha do compositor. O compositor de O segredo de Berlin, Thomas Newman, não faz feio nesse filme, mas seu trabalho em Pecados Íntimos é bem mais notável. Já o de Notas sobre um escândalo, Philip Glass, exagera um pouco em sua composição nesse filme, num ano em que nos deu uma trilha melhor no filme O ilusionista.

Melhor Fotografia

Dália Negra

Filhos da Esperança

O Grande Truque

O Ilusionista

O Labirinto do Fauno

Categoria semelhante a de trilha, já que não resisto a uma bela fotografia. Muitos tentaram me mostrar que a de Dália Negra era belíssima, mas ela não me agradou (muito menos o filme em si), por isso deixo claro que minhas opiniões aqui não são técnicas, mas de gosto pessoal. Não entendi direito a presença de O Grande Truque, muito embora sejam belos os quadros, mas nada tão primoroso. O Ilusionista é um bom trabalho e só. O Labirinto do Fauno utiliza bem as cores nos dois mundos diferentes retratados. Mas para mim deveria ser unanimidade que a fotografia de Filhos da Esperança é a melhor. O que é captado para ser visto chega a um ápice numa belíssima seqüência bem demorada sem corte algum.

Melhor Filme de Animação

Carros

A Casa Monstro

Happy Feet: O Pingüim

Mais um Oscar® para a Disney/Pixar? É o que indicam várias premiações, dentre elas a do sindicato de animadores. Mas deixo a ressalva de que Carros foi uma evolução técnica desde Os Incríveis, mas a história em si não foi tão boa quanto a daquele filme. Happy Feet não me cativou como parece ter cativado ao mundo inteiro, muito embora seja bonito. Já A Casa Monstro foi um filme que me agradou muito, pois foi simples, inteligente, e bom utilizador da técnica de captação de movimentos de atores reais.

Melhor Roteiro Adaptado

Borat

Filhos da Esperança

Os infiltrados

Notas sobre um escândalo

Pecados Íntimos

Definitivamente, uma boa categoria. Para mim, o mais fracos são Borat e Notas sobre um escândalo. O primeiro foi visto como genial para muitos, pelo seu humor crítico bem contundente, mas teria realmente o filme um roteiro propriamente dito? Jaz aí um problema. Eu pessoalmente nem teria indicado, já que quando vi o filme o achei ofensivo, e só depois percebi que a ofensa era o meio de crítica do filme, o que com certeza produziu momentos geniais. O segundo foi um roteiro muito bem escrito, em um filme que passou menos percebido, mas muito bom. Filhos da Esperança é para mim um dos melhores filmes do ano passado, junto com o excelente Pecados Íntimos. Eu daria o prêmio para este filme, que faz um bom retrato da vida suburbana nos Estados Unidos. Mas quem deve ganhar, e sem injustiças, é Os Infiltrados, que levou o prêmio do sindicato (WGA, Writers Guild of America).


Melhor Roteiro Original

Babel

Cartas de Iwo Jima

O Labirinto do Fauno

Pequeno Miss Sunhine

A Rainha

Guillermo Arriaga é um ótimo roteirista mexicano, mas seu trabalho em Babel não foi melhor que seus roteiros anteriores de 21 gramas e Amores Brutos. Posso até dizer que o roteiro não se resolveu com o brilhantismo apresentado em Amores Brutos, por exemplo. Cartas de Iwo Jima eu não vi, mas como Paul Haggis já ganhou ano passado, ganhar duas vezes seria improvável. Fauno é um filme muito bom, mas tratando-se de roteiro, a perfeição fica com A Rainha. Este era o favorito até a premiação do WGA, que premiou Miss Sunshine, um filme cativante. Torço ainda para que A Rainha dê a volta por cima!

Melhor Filme Estrangeiro

After the Wedding (Dinamarca)

Dias de glória (Argélia)

As vidas dos outros (Alemanha)

O Labirinto do Fauno (México)

Water (Canadá)

Pela primeira vez em minha vida, consegui ver todos os indicados nessa categoria. Isso foi tão excitante que quase me esqueci que Volver foi esnobado na categoria. Colocaria ele facilmente no lugar de Dias de glória, o menos bom deles. Logo a frente vem After the Wedding, atrás de Water, que tive a oportunidade de ver quando ainda estava nos Estados Unidos, e me emocionou com seu retrato cultural sobre as viúvas-mortas da Índia. A frente de todos vêm As vidas dos outros e Fauno, claro. Este sem dúvidas o que parece mais certo de vencer. O outro é um ótimo filme alemão, da época em que haviam duas Alemanhas. Há uma dúvida de que esse filme possa tirar o Oscar de Fauno, mas parece que esse é finalmente o ano do México (algo que se nota desde a massiva indicação de vários mexicanos esse ano).

Melhor Diretor

Alejandro Gonzáles Iñarritu, Babel

Clint Eastwood, Cartas de Iwo Jima

Martin Scorsese, Os Infiltrados

Paul Greegrass, Vôo United 93

Stepehn Frears, A Rainha

Será que finalmente Scorsese vai levar esse maldito Oscar? Baseado em muitas premiações desse ano, em que ele levou o prêmio, e também na sua primeira vitória no sindicato de diretores, todos apostam que esse é o ano dele. Muitos fãs dele, mais fãs do que eu, alegam que esse é um filme menor dele. Eu simplesmente adorei, e não vejo porque mesmo sendo um filme menor dele, ele não ganhar só por causa disso, se (como já virou clichê) um filme menor dele é melhor que de muita gente por aí. Outro que levou prêmios nessa temporada foi Paul Greengrass, que mostrou seu usual talento no primoroso Vôo United 93. Seria Inãrritu uma ameaça a Scorsese nesse seu filme que encerra sua tão anunciada trilogia iniciada com Amores Brutos, e continuada com 21 Gramas, ambos ignorados no Oscar®? Frears é o nome de menor risco nessa lista, enquanto Eastwood pode ser umdiretor excelentíssimo, mas a Academia com certeza acha que já premiaram demais ele há só dois anos.

Melhor Atriz Coadjuvante

Abigail Breslin, Pequena Miss Sunshine

Adriana Barraza, Babel

Cate Blanchett, Notas Sobre um Escândalo

Jennifer Hudson, Dreamgirls – Em busca de um sonho

Rinko Kikuchi, Babel

Não foi uma categoria tão forte assim, mas está bem melhor que a dos coadjuvantes. Cate é uma atriz excelente, numa performance ótima como de praxe, digna do prêmio, mas que está em um filme menos vistoso que o de suas concorrentes. Vistoso refiro-me à importância dos dois filmes indicados a melhor filme e da grande favorita Hudson. Hudson dá um show quando canta. Ela berra demais sim em uma grande cena, mas por ser o melhor do filme Dreamgirls, Hollywood confundiu sua atuação eficiente com uma atuação primorosa. Kikuchi derreteu meu coração em Babel, e Barraza anulou qualquer calor que eu tivesse em meu corpo enquanto via o mesmo filme. Ambas são escelentes, sendo Barraza um pouco melhor que Kikuchi. Já Abigail é o coração de Pequena Miss Sunshine. Aquele par de olhos que abre o filme e te cativa desde a primeira cena só faz aumentar a admiração com o decorrer da história. Até que enfim uma personagem infantil que é infantil e não aquelas crianças avançadas demais dos filmes da Xuxa. Seria ela uma Miss tão poderosa capaz de desbancar Jennifer? Eu esperaria que sim, mas em probabilidade a coisa é diferente.

Melhor Ator Coadjuvante

Alan Arkin, Pequena Miss Sunshine

Djimon Hounsou, Diamante de sangue

Eddie Murphy, Dreamgirls – Em busca de um sonho

Mark Wahlberg, Os Infiltrados

Jackie Earl Haley, Pecados Íntimos

Com a ausência de uma performance melhor que todas as indicadas (a de Jack Nicholson, em Os Infiltrados), essa categoria não traz muito prazer esse ano. Ver Eddie Murphy ser premiado por dar um carisma bom a seu mal aproveitado personagem em Dreamgirls parece demais. Djimon me agradou em Diamante de sangue, com sua atuação literalmente explosiva, mas não mais que Haley, que faz um pedófilo brilhantemente no (repetindo) excelente Pecados Íntimos. Arkin está num filme cativante sendo o avô do coração do filme, mas em minha humilde opinião, seu colega de cena Steve Carrel estava melhor que ele. Por último, Wahlberg é um excelente ator, que pegou um papel pequeno e o explorou muito bem. Adoraria que ele vencesse o Oscar, mas se fosse por mérito, o meu ia para Jackie Earl Haley.

Melhor Atriz

Penélope Cruz, Volver

Judi Dench, Notas sobre um escândalo

Helen Mirren, A Rainha

Meryl Streep, O diabo veste Prada

Kate Winslet, Pecados Íntimos

A categoria mais notável do ano, permaneceu inalterável em diversas premiações do cinema. Penélope está excelente no filme de Almodóvar, provando que quando quer sabe ser boa atriz. Dench está magnífica nesse filme, além de assustadora de me fazer tremer em certo momento da história; mereci o Oscar®. Mas o que é melhor que magnífico? A soberba interpretação de Helen Mirren em A Rainha, a maior força desse excelente filme. Por isso que é uma pena Dench ter sido indicada um ano antes por uma performance menor (em ‘Sra. Henderson apresenta’), e agora que está digna do prêmio, aparece uma velha injustiçada da Academia numa onda de unânime perfeição. Pena também para Streep, perfeita como o diabo do título de seu filme, e para Winslet, uma atriz que ainda vai ter o devido reconhecimento nessa premiação, que poderia ter sido agora com uma de suas melhores interpretações em Pecados Íntimos.


Melhor Ator

Leonardo DiCaprio, Diamante de Sangue

Ryan Gosling, Half Nelson

Peter O’Toole, Vênus

Will Smith, À procura da felicidade

Forest, Whitaker, O último rei da Escócia

Devemos sim desconfiar da unanimidade. Fiquei feliz que a unanimidade quanto a Helen Mirren é altamente justificada, mas quanto a Whitaker, não me convenceu. Sem dúvida é um grande ator, e está muito bem em seu papel; mas também não é tudo isso que está sendo vendido. Atuação boa é a de Gosling, o que seria a maior zebra da categoria, interpretando um professor viciado que é descoberto por uma de suas alunas adolescentes. Ele ganhou nesse sábado o prêmio de melhor ator do Independent Spirit Awards, que seria o Oscar independente. Smith me surpreendeu em seu filme sobre a paternidade e a luta pelo sonho, mas ainda não é esse ano que ele leva. O’Toole recebe sua oitava indicação sem nunca ter ganho. Se perder, vai se tornar o maior perdedor dos atores. Mas eu daria o Oscar® para ele não por recompensa, mas porque ele brilha em Vênus. Já usei o verbo “daria” como força do hábito para o comentário de que eu escolheria Leonardo DiCaprio, mas por sua atuação em Os infiltrados, e não em Diamante de sangue (aqui ele está ótimo também, mas é no outro filme que ele constrói um excelente personagem). É a força do sotaque que a Academia acha o maior charme na hora de premiar (DiCaprio fala um inglês de africano no filme).


Melhor Filme

Babel

Cartas de Iwo Jima

Os Infiltrados

Pequena Miss Sunshine

A Rainha

Para começar, eu não vi Cartas de Iwo Jima, como já anunciei antes. Uma pena que justamente na categoria de melhor filme tenha faltado um filme para ver antes da grande noite. No ano passado, não tinha visto ainda o ótimo Capote. Engraçado que esse ano vejo Cartas com a mesma força de Capote, ou seja, pouca força para vencer nessa categoria principal. A Rainha é um filme perfeito, bem atuado, bem escrito, bem dirigido. Mas parece que a Academia não quer premiar esse filme britânico sobre um tema mais proeminentemente britânico. Os Infiltrados é definitivamente meu favorito, mas infelizmente tem perdido sua voz nas últimas semanas antes da premiação. Pelo menos é o que leio por aí (a esperança não deixa de ser a última que morre). Alegam como ponto negativo não fazer muito o tipo da Academia, por ser violento demais. Babel não deixa de ser um bom filme, que como indicadores só teve o prêmio do sindicato de editores e o Globo de Ouro de melhor filme dramático. Pode não ter correspondido às minhas específicas expectativas, mas também não justifica o título de ‘Crash 2’ que muitos têm dado por aí. É mais eficiente que o vencedor do ano passado, mas também seria muito repetitivo se ganhasse logo um ano após. Quanto ao cativante Pequena Miss Sunhine, quando o vi não foi como o melhor filme do ano. É um filme bonito, interessante, engraçado, agradável, e pronto. São boas características sim, mas não é aquele filmaço que para mim é um Os Infiltrados ou um Pecados Íntimos. Tem altas chances de levar o careca dourado por causa de seu poder cativante. Todos amam o filme em Hollywood. Além do mais, foi quem surpreendentemente levou o prêmio do sindicato dos produtores, ou seja, de melhor filme do ano. E acaba de ganhar o Oscar independente já citado.


Vai ser uma noite cheia de emoções. Meus comentários pós-premiação vão ser bem menores (nossa, eu escrevo demais!), pois será mais fácil falar de um só filme e retomar comentários já feitos agora, antes da grande noite.


Thúlio Carvalho

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