quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Crônica de um afastamento

O livro "O segredo" está fazendo o maior sucesso. Eu não o li, e pelo pouco que eu vi do "filme", não tenho tanta vontade assim de fazê-lo. O livro vende, pois, dicas para alcançar a felicidade por meio, entre outras coisas, da lei da atração. Primeiro, não acredito no alcance da felicidade; esta não deve ser alcançada, mas sim trilhada. Segundo, atração é o que tem faltado entre mim e esse meu querido fênix blog, sempre sendo ressucitado das cinzas com um texto como esse.

A repetição pode gerar efeitos construtivos, mas pode resultar em processo cansativo. Por isso, não queria mais uma vez dizer que meu tempo tem sido consumido pelas aulas, provas e outras atividades dispendiosas de tempo. Mas a repetição fica falha se parecer que esse tempo todo o afastamento foi por causa disso. Não foi, e não foi mesmo. A greve da universidade consumia meu tempo de outros modos. A verdadeira repetição surge, então, na preguiça que quebrava qualquer linha de atração para com este meu meio de publicação.

Filmes foram vistos, DVDs foram comprados. A paixão não diminui, ainda mais com o início da temporada pré-Oscar, já evidente desde pouco antes do festival de Veneza desse ano. Mas de qualquer jeito, dez filmes estão para serem vistos no cinema e quatro DVDs ainda encontram-se lacrados. A explicação está sim na velha repetição, mas também nas novas atividades assiduamente esxecutadas, como a academia e o curso de língua estrangeira. O primeiro consome energias físicas e psíquicas também, o que o segundo também faz em menor escala, nos esforços prazerosos de ambos.

Resolvi, então, em julho escrever sobre o filme "Transfomers", desde o que não escrevi mais nada. Francamente, eu mais do que ninguém sei o real porquê. Isso é óbvio, eu sei. Acontece que com opinião, na grande maioria das vezes, não consigo transpor realmente o que quero. E além disso, estaria eu certo em apenas achar mais do que avaliar ou em não saber onde um termina e o outro começa? Digo que não é simplesmente a preguiça de escrever. Esses pensamentos me consomem psiquicamente às vezes, e o escape perfeito sempre foi desconsiderar as avaliações.

Com o iminente término do período letivo, tenho absolutos planos de repetir as velhas premissas de pelo menos dar um parecer o mais curto possível sobre os filme que tenho visto. Quem sabe assim eu não atraia o bem-estar fílmico que espero desde minhas manifestações de crise cinematográfica aqui no site; uma crise localizada, seja aqui no espaço desse blog, seja no tempo que transcorreu até então. Crises devem ser sanadas, e o trajeto para isso conseguir só poderá vir, tenho consciência, na melhor felicidade cinematográfica.
Thúlio Carvalho

sábado, 14 de julho de 2007

Transformers

Transformers (Idem, EUA, 2007)
Acao - 144 min

O cinema eh defitivamente universal, assim como sao seus temas. O tema catastrofe jah eh ateh uma caracteristica da filmografia do diretor Michael Bay, que mesmo tendo relutado a aceitar esse projeto, decidiu aceita-lo e dar seu toque pessoal. O filme, entretanto, nao parece investir mais nesse tema, e sim no marketing (ai fica o trocadilho do investimento) e a comedia (muitas vezes ineficiente).

Extase visual era o que se deveria esperar desse filme. Com os 150 milhoes de orcamento, o longa capricha nos efeitos visuais que conferem perfeita mobilidade para os robos. Mas o dedo Michael Bay talvez ateh tenha diminuido esse provavel extase. A freneticidade da edicao e da camera, que nao permitem em diversos momentos entender o que estamos vendo na tela, simplesmente aborrece a visao. Esse eh o ponto mais importante do filme. Sendo assim, o resto realmente nao tem muita salvacao.

Talvez Shia LaBeouf se salve desse meio, afinal devo admitir que apesar das falhas de algumas piadas, ele sim eh uma parcela interessante do filme, comprovando sua ascendencia em Hollywood. A bela Megan Fox infelizmente soh favorece o quesito visual para os homens, no resto eh demasiadamente fraca. Nem acreditava que escreveria isso, mas John Turturo estah simplesmente caricato e intragavel, uma grande decepcao. O resto do elenco nao estah ruim, mas tambem nao faz nada demais. Para salvar um dos coadjuvantes, Bernie Mac faz uma aparicao rapida encenando uma parte comica que ateh dah certo. O que falar da historia quando a encontrada foi uma forma de aplicar varias propagandas de marcas com um filme no meio, como falam alguns criticos? Eh bem obvio o destaque em marcas de automoveis ou mesmo eletreoeletronicos, prestando uma certa reverencia a essas maravilhas sem as quais o mundo nao consegue mais viver, numa historia que de repente maquinas vem nos salvar e nos destruir. A ideia nao eh ridicula, afinal nao existe tal coisa. O problema eh a forma como ela foi abordada. Um tom de absoluto descaso cinematografico ou roteiristico, com injecao de altas doses de entretenimento bobo e infantil.

Depois do agradavel "A ilha" (e com a expectativa com a enorme bilheteria americana desse novo filme), Michael Bay decepciona com um filme sem historia convincente, com um final implausivel e feito para as grandes massas de adolescentes que soh querem ver mesmo as explosoes e os robos. E ele quer comecar a sequencia imediatamente. Espero que ele tenha lido algumas criticas.


Thulio Carvalho
Cotacao: 3,5/10

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Harry Potter e a Ordem da Fênix

Harry Potter e a Ordem da Fênix (Harry Potter and the Order of the Phoenix, EUA/Ing, 2007)
Aventura - 138 min

Nem mesmo a melhor magia pode controlar o emocional do mago. A evolução destinada a trama desse novo filme para a saga como um todo reside justamente nesse ponto chave da personagem Harry Potter. O garoto de 11 anos que descobre que é um mago não continua o mesmo.

Foram muitos os terrores já vividos, e mais alguns ainda estão por vir. Apesar da constante evolução no apsecto criança-adolescente que ocorre desde o terceiro (e melhor) filme, agora é que Harry encara um perigo mais avassalador. Ele não está ameaçado somente pela até recentemente ameaça de retorno do seu grande inimigo. Constatado o fato de que Voldemort finalmente retorna, a lembrança de tudo que aconteceu quando Harry era apenas um bebê gera medo nas autoridades do tão presente neste filme Ministério da Magia, que procura desmentir Harry (e Dumbledore) sobre esse retorno.

Todo esse apetrecho político foi até abordado como monótono no talvez mais fraco livro de J. K. Rowling, mas sucinta questões que servem bem ao filme. E como exemplo, temos a figura de Umbridge, a nova professora de Defesa contra as artes das trevas, que é na verdade uma espiã, por assim dizer, colocada na escola para controlar qualquer coisa que nào esteja indo de acordo com o que eles querem. E está em Umbridge, ou melhor, em Imelda Stauton, talvez a melhor coisa do filme. Sua incorporação da personagem é excelente, seu sorriso com nenhum humor por trás dele é ótimo. Atrevo-me a dizer que a sua talvez tenha sido a melhor atuação até hoje na série. E ao lembrar dela, lembro-me de dois itens do filme: a trilha sonora que não supera as criações de John Williams, mas mais agradáveis que a do filme anterior (incluindo o tema da própria Umbridge, que é ótimo); e a utilização de jornais como forma de contar detalhes que acontecem no mundo de Harry (devo admitir, porém, que quando utilizados no final do filme, não criam um efeito positivo).

As outras personagens são todas pouco exploradas, com exceção de Harry, é claro. Quem até talvez tenha mais espaço é Gary Oldman, um ótimo Sirius black, que encerra junto a Daniel Radcliffe a melhor cena do filme, em que ambos conversam sobre a família de Black e os sentimentos do próprio Harry. Daniel constrói um Harry que supera os dos outros filmes, esquecendo os maneirismos e expressões óbvios que adotou no quarto filme (depois de estar tão bem no terceiro filme). Adaptou-se o maior livro no mais curto filme até agora, mas isso não significou problemas na adaptação em si, apenas no ritmo rápido do filme. Não posso afirmar que o filme é perfeito porque a fotografia está longe de sê-la. David Yates optou pela câmera muito quieta e certa, nada como a beleza visual do Cuarón no terceiro filme.

Por algumas opiniões que já colhi, alguns se decepcionam com a frustada espera de um grande confronto envolvendo Harry no final do filme. Como leitor da obra, eu não me frustaria nunca, mas não há motivos pois o confronto está ali, só não envolvem varinhas ou feitiços. A história desse filme foi contada para chegar justamente a esse ponto, a essa nova vitória de Harry.


Thúlio Carvalho
Cotação: 7,5/10

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Homem-Aranha 3

Homem-Aranha 3 (Spiderman 3, EUA, 2007)
Aventura - 140 min

Eu geralmente não confio facilmente em minhas primeiras impressões. Aquele lema de que é esta impressão a que fica n
ão rola comigo. Em termos de cinema, todos têm expectativas a respeito do filme que vão ver. E em filmes como Homem-aranha 3 era de se esperar que minhas primeiras impressões não fossem consistentes, frente à alta expectativa que me acometeu. Felizmente, não foi o que ocorreu.

Uma sessão emocionante é o que se deve esperar do filme. Seja a emoção de alta adrenalina dos vistosos efeitos visuais, ou seja a emoção de bom drama do esforçado roteiro. Na verdade, rola uma química entre esses dois lados, tão forte principalmente em seu clímax, que acabamos suavizando os efeitos não tão espetaculares de certas cenas e umas falhas bem viciosas de condução e construção no roteiro. Mas isso é efeito de filme visto pela primeira vez. Como tenho o costume de rever e rever esses filmes, os defeitos sempre vão se avolumando. Ainda bem que guardo comigo parte das sensações da primeira assistida, nesse caso extremamente emocionante.

O diretor Sam Raimi soube se aproveitar das histórias anteriores e dos quadrinhos, criando uma enorme rede cheia de elos que culminam nos clímax. Se bem que às vezes esses elos são tão rapidamente concluídos para dar lugar a outros, dando uma sensação episódica, que o filme se torna longo até chegar na parte mais ágil do filme, na im
inência do clímax. Essa teia de elos se avoluma tanto que mesmo que chegue a momentos emocionantes, a necessidade de se chegar a algum lugar para cada elemento do vasto elenco parece mais um vício. Além disso, diversos destes são usados aqui, como flashbacks dentro do filme, resultado ou da falta de confiança no discernimento do espectador ou o discernimento próprio da citada grande extensão do filme. Por outro lado, já falei da alta dose de emoção que Raimi soube intercalar com a ação, mas não se pode esquecer da boa dose de humor em diversas cenas isoladas, que justamente existem para aliviar o drama, principalmente as do editor J. J, Jameson, sempre hilárias. Como é um filme blockbuster, o diretor tem a sábia decisão em termos financeiros de causar momentos de euforia com o humor, afinal a maioria dos pagantes foi para se divertir. Por isso, ressalto ainda mais porque foi tão bom ver a extensão do drama desse filme. Um drama de emoções complicadas que se estabelece de forma simples e eficiente. Os atores ajudam a empatia do espectador, com destaques para Thomas Haden Church, eficiente como o Homem-areia (numa história que acaba não tão bem colocada na trama), Kirsten Dunst, melhor do que nunca como Mary Jane, e claro Tobey Maguire, o aranha mais complexo de todos. Passando por momentos de elevada auto-confiança, para a arrogância e a redenção, o personagem-título só faz crescer diante do espectador.

A história sobre sucessivos pontos sem retorno que não impedem que o mais tênue e forte sentimento que move as pessoas prevaleça. Por esse ângulo, esse amor faz esquecer das cenas mais desnecessárias ou mesmo extensas demais (caso de algumas cômicas em que o sorriso já fica forçado no fim da cena). E foi esse amor que me levou a uma experiência muito emocionante no volumoso clímax do filme. Volumoso porque são tantas tramas que se unem que poderia dar bagunça. Entretanto, vêm junto com elas diversas emoções que afloram de cada canto da tela e que culminam ao som da já conhecida trilha sonora de Danny Elfman (que não voltou para esse filme) num excelente final. Por trás desse super-herói, podemos sim ver um ser humano, que trava batalhas ainda mais intensas para resolver o que tem dentro dele mesmo. Seja a redenção, o arrependimento ou a aceitação, o Homem-aranha fez de seus tempos mais difíceis, o melhor momento para crescer ainda mais como homem. E os silêncios das cenas finais ilustram isso. Aliás, por falar no final, virou moda nos blockbusters um nascer ou pôr-do-sol (nada contra, mas o de King Kong era bem mais magnífico) que resolvem surgir do nada, numa velocidade estupenda. Licença poética para os efeitos visuais? Não vamos nos aprofundar nessa discussão.

Apesar de sua extensão por causa de tantas histórias, a maneira como o lado mais emocional é abordado é um absoluto triunfo do filme, de Raimi e de seus atores. A intensidade e até profundidade desse lado é que ficam com o espectador, mesmo com o bombardeio de ótimos efeitos visuais. Todos nós deveríamos aprender com o Homem-aranha nesse conto de humanidade.
Cotação: 7/10
Thúlio Carvalho

domingo, 29 de abril de 2007

Crise cinematográfica?

Frente a (mais) um período de desatualização, tenho uns comentários a fazer. O cinema, afinal, não pára de criar cada vez mais peças de sua história, e eu tenho desacelerado meu sempre frenético ritmo. Seria enfim o retorno a tão chamada normalidade, habilidade que não posso atribuir a minha paixão por filmes?

A explicação é na verdade bem simples: universidade. Quem estuda comigo sabe que no período em que estou, não se deve 'perder' muito tempo com atividades alheias. Claro que não é para morrer socialmente, mas o nível de entrega não só horária mas também psicológica aos estudos é maior (e minha consciência quando pesa não é nada leve). Foi justamente por causa destes que chegou o primeiro dia do ano sem filmes, 11 de abril. Foi mais cedo que ano passado (maio), mas não havia estudos na época. Essa interrupção foi até proveitosa, afinal minha preocupação diária de manter a constante de um filme por dia chegava ao ponto de escolher filmes para acabar quase às 3 ou 4 da manhã, para então acordar cedo e ir para a aula. Eu transformei uma meta em uma obssessão que diminuiu um pouco o cinema no seu prazer.

Mas nada diminui de fato o Cinema com C maiúsculo, uma de minhas grandes paixões. Se não foi paixão que me levou a ver Os Infiltrados nove vezes nos cinemas, Chicago já na contagem das vinte e uma vezes, entre outros filmes com ainda mais vezes que estes, foi alguma outra força interna que simplesmente me afasta da normalidade já citada. Como acredito que o homem feliz é aquele que sabe direcionar equilibradamente suas paixões e anseios, minha cota de filmes está reduzida. E essa minha paixão louca é tão extraordinária que eu não consigo esse equilíbrio perfeito. Felizmente, posso fazer o que diz minha música favorita, "Try" (tentar), e seguir em minha própria normalidade, afinal o anormal é o desvio do que você faz, e nada em comparação com que os outros fazem.

Assim, eu não deixei de ver filmes nos cinemas, apenas tenho acumulado eles e visto aos poucos. E ainda antes disso, o hábito de vir atualizar o blog havia decaído completamente, já que não consigo chegar a poucas palavras para opinar sobre a maioria dos filmes (o que bate de frente justamente com o principal dos problemas: tempo). Esse texto mostra o quanto pesa minha consciência, a qual também tenho de que isso vai ser passado.

Ainda bem que vou agora ao cinema, porque com toda essa conversa aqui, não ver um filme hoje à noite (um domingo com clima de feriadão) seria risível, assim como sei que será a seriedade como encarei essa 'crise cinematográfica' naquele passado.

domingo, 8 de abril de 2007

As férias de Mr. Bean

As férias de Mr. Bean (Mr. Bean's Holiday, Inglaterra, 2007)
Comédia - 90 min

O velho e bom Mr. Bean reaparece fazendo piadas nos cinemas 10 anos depois de seu filme-produto do sucesso de sua série de televisão. Confesso que não vi esse filme, mas de um jeito ou de outro já vi o personagem na televisão em diversas oportunidades. Uma criança adulta que alterna entre momentos de absoluta esperteza e de incrível falta dela (para não usar termos pejorativos).

Acontece que esse novo filme faz rir justamente pela personagem de Rowan Atkinson, mundialmente conhecido como o personagem-título (mas de outros filmes como Johnny English, Scooby Doo e Simplesmente Amor). Sua interpretação é muito eficiente, afinal praticamente nada soa forçado em sua construção por vezes hilária. Como li em algumas críticas, sua comédia é física, nada como uma Wanda Sykes (A sogra, Minha super ex-namorada) que faz graça (não para mim) com suas falas estereotipadas. Momentos como a cena do restaurante e da interpretação musical de rua são indescritíveis em seu humor devido ao talento do ator nesse tipo de comédia. Há cenas engraçadas e outras nem tanto não por causa dele, mas pela escrita em si, já que o filme não foi escrito por nenhum dos dois criadores do personagem (um deles o próprio Atkinson). Além disso, a conexão entre as sequências cômicas nem sempre são tão satisfatórias, jogando cenas de pura comédia entre cenas que construam uma certa linha de roteiro que culmina pelo menos bem engraçado. A crítica feita a diretores que trabalham para si mesmos e não pelo cinema está impressa na personagem de Willem Dafoe (Homem-aranha, O plano perfeito), cujo filme exibido em Cannes é hilário pela capacidade do diretor dentro do filme de mantê-lo sempre em destaque em toda cena do filme (aquele dentro do filme). O elenco de apoio, porém, não faz nada demais. A estrela é Mr. Bean, que faz rir pelas situações muitas vezes num nonsense delicioso. É preciso até ter essa noção ao ver uma comédia, afinal ficar intrigado pela falta de necessidade de uma cena num contexto de humor é uma armadilha do gênero. Principalmente, se a piada não foi boa ou bem contada. Duas cenas são hilárias: a da carona na moto que culmina num "atropelamento", e a da filmagem de um comercial no que concerne uma bomba (a cena muda e parece que a piada tinha cabado ali, mas ainda tem mais por vir). A primeira não tem muita conexão com a estória em si, mas a segunda até explora personagens secundários.

Não é um novo clássico da comédia, como pode ter sido Borat. Mas o carisma de Rowan Atkinson projetado em Mr. Bean transforma essa comédia sem pretensões em um entretenimento engraçado. Claro que o filme, porém, não deixa de ser isso: entretenimento.


Cotação: 6,5/10
Thúlio Carvalho

sábado, 31 de março de 2007

Turistas

Turistas (Idem, EUA, 2006)
Suspense - 94 min

Uma produção cinematográfica tem diversos meios para se destacar. Polêmica é um deles que o quanto mais explorado melhor, podendo tornar-se maior que o próprio filme. Esse Turistas encontrou gratuita publicidade na polêmica de retratar o Brasil como um lugar em que coisas ruins acontecem. Mas ela revelou na verdade um certo cinismo bem brasileiro.

Quase não falei do filme nesse parágrafo inicial. Toda essa repercussão só fomentou mesmo a curiosidade de conferir esse filme fraco, vicioso, repetitivo. Um grupo de turistas estrangeiros de países diferentes estão viajando de ônibus (sem ar condicionado e com um motorista "altamente prudente") quando acontece um acidente e eles ficam na estrada a espera de outro ônibus. Uma praia com um barzinho agradável ali perto revela-se a saída desse sufoco de turista. Mas sufoco eles não enfrentaram ainda, literalmente. Começa então a sequência de eventos que transformam a viagem em pesadelo. Tais eventos cadecem de originalidade e para piorar, uma sequência paralela com os malfeitores da trama altera o suspense por seu caráter mais humorado que temido. A previsibilidade é gritante em diversas cenas de tensão, o que as torna mais leves. Devo até ressaltar que não é para qualquer um as cenas de "operações cirúrgicas" do filme, afinal elas até agradam pelo realismo e falta de censura, muito embora aconteça simultaneamente a um discurso vilanesco bem fraco sobre revolta contra os países mais ricos que vêm e roubam o que é nosso.

Voltando ao cinismo brasileiro, a mídia tentar prestar boicote ao filme por seu caráter pernicioso à imagem do país foi um exemplo absoluto dele. Quem acredita que o Brasil é o paraíso é altamente desatualizado. Essa tal imagem que o país tem lá fora é fortemente atrativa por natureza, mas realidades como o tráfico começam a virar notícias maiores. Claro que o filme explora algo para puro entretenimento, mas os créditos iniciais do filme são interessantes ao diminuir justamente o status de paraíso de nosso país, já que os turistas não aguentam mais encarar a violência quando vêm para cá. E se não foi tão ruim ter utilizado o Brasil como cenário, não digo o mesmo para os figurantes, que quando em cena representaram os momentos mais toscos da produção. E o que dizer então da revolta índio contra patrão em certo momento da trama? Os roteiristas devem ter achado bem bolado colher algo de nossa história para pôr no filme. Bem, eles também acham que têm talento. A trilha sonora vem entremeada com canções brasileiras, a última delas mixada com o desfecho de forma duvidável, nada condizente com a trama. Nem Melissa George falando um português delicioso de ouvir salva esse filme, de fotografia simplesmente preguiçosa, ao utilizar enquadramentos típicos do gênero.

O Brasil faz parte da estória, explorando as praias, as festas, o funk, mais belezas naturais, e até a prostituição. Tudo jogado na trama para parecer que o projeto se preocupou com o país. Nesses tempos de Hollywood, fica claro que o suspense era a meta principal, às custas de uma publicidade gratuita numa polêmica que me escancarou um outro lado brasileiro.

Cotação: 3/10
Thúlio Carvalho

quarta-feira, 28 de março de 2007

Notas sobre um escândalo

Notas sobre um escândalo (Notes on a Scandal, Inglaterra, 2006)
Drama - 92 min

Judi Dench e Cate Blanchett. Escolha duvidosa para a primeira frase de um texto, mas ela reflete o que há de mais poderoso nesse apenas bom filme britânico, exagerado no ritmo como sua trilha sonora.

Operação Férias: Gabarito de Melhor Filme

Caso eu começasse esse post falando de minha ausência por uns tempos no blog, o que desencadeou uma grande desatualização, estaria fadado a me repetir e me repetir sempre que regressasse a ele. Portanto, minhas deculpas são as de sempre. Mas o cinema não pára!

Vim comentar sobre meu "projeto de férias" que tinha denominado como Gabarito de Melhor Filme no meu perfil do Orkut. Era meu objetivo primordial terminar de ver todos os vencedores do Oscar (ou seja aqueles que venceram a estatueta de melhor filme desde 1929, o primeiro ano da premiação).

Antes do início das férias, havia assistido a 62 melhores filmes. Logo, de um total de 79 (incluindo o último desses 62, Os infiltrados), só faltavam 17, listados abaixo:

Minha bela dama (1964)
Amor, Sublime Amor (1961)
A ponte do rio Kwai (1957)
Marty (1956)
O maior espetáculo da Terra (1952)
Hamlet (1948)
Rosa de Esperança (1942)
Rebecca, a mulher inesquecível(1940)
Do mundo nada se leva (1938)
A vida de Émile Zola (1937)
Ziegfeld, o criador de estrelas (1936)
O Grande Motim (1935)
Cavalgada (1933)
Grande Hotel (1932)
Cimarron (1931)
Melodia na Broadway (1929)
Asas (1928)

Infelizmente, não consegui assistir a todos eles. Acabadas as férias na segunda-feira, tinha visto 13 deles, e ainda vi mais dois na primeira semana de aula. Ficaram, então, faltando dois: o mais antigo, Asas, e O maior espetáculo da Terra. O primeiro eu tenho acesso a hora que quiser, mas como eu não ia conseguir de jeito nenhum terminar de ver todos nas férias, me desestimulei de vê-lo.

Explicando melhor: "conseguir de jeito nenhum" é o mesmo que associar O maior espetáculo da Terra a sua inacessibilidade. Não o encontrei em lugar algum (mas é um lançamento recente em DVD, quem sabe alguma locadora não o seleciona para que eu possa vê-lo...). E "me desestimulei" porque se o objetivo era ver todos nas férias, e não pôde ser alcançado, não há problema em deixar um gostinho de falta mais de um para depois. Eu mesmo já me acostumei com a demora das estréias de projetos anunciados cada vez mais cedo. É uma época de espera tão boa, que quando passa, perde esse tom especial. A minha espera por O senhor dos anéis - O retorno do rei mesmo foi uma loucura. E hoje eu sinto falta daquela minha loucura (eu chorei quando vi o trailer pela primeira vez... loucuras pessoais...). Por isso que penso que ainda não foi necessariamente o momento de ver Asas. E não me incomodo mais se demorar mais um tempinho (especialmente agora que tenho que me dedicar mais aos estudos).

Thúlio Carvalho

quinta-feira, 22 de março de 2007

Sangue e chocolate

Sangue e chocolate (Blood and Chocolate, EUA, 2007)
Terror - 98 min
Apesar de envolver uma historia em Bucareste, utilizando, assim, imagens no local, ela revela-se fraca pela falta de inventividade. Nao se pode deixar de lado o fato de que a relacao do titulo e simploria (embora titulos nao precisem significar muito). Vampiros envolvem maldicao, maldicao acaba com a paz que se pode ter no amor, a luta vai ser pelo amor; simplesmente mais do mesmo.

sexta-feira, 9 de março de 2007

A Rainha

A Rainha (The Queen, Inglaterra/França/Itália, 2006)
Drama - 97 min

Às vezes, o cinema sensacional ou impressionante com proporções épicas permanecem com você com o passar dos anos exatamente por esses momentos. Esses níveis não estão no filme A Rainha, mas o filme em si encontra uma excelência que trespassa estes.

Pequena Miss Sunshine

Pequena Miss Sunshine (Little Miss Sunshine, EUA, 2006)
Comédia - 101 min

A sucessão inteligente de momentos cada vez mais cômicos está intimamente ligada à evolução dramática dessas vidas imperfeitas que geram tanta empatia. Tornou-se comum o espectador se sentir bem após ver personagens mais problemáticos que eles (os quais muitos acham que podem julgar) chegando a um final com pelo menos uma premissa feliz.

quarta-feira, 7 de março de 2007

Operação Limpeza

Operação Limpeza (Code Name: The Cleaner, EUA, 2007)
Comédia - 84 min

Desde a primeira cena, Cedric The Entertainer tem seu carisma, mas ele nao converte muito bem seu carisma em situacoes realmente engracadas. Nicolette Sheridan infelizmente estah sofrivel, e Lucy Liu nao atua, afinal nao ha nuance alguma em diferenca ou nao de personalidade. Ha momentos para rir, mas devido aos momentos de arrependimento de ver tal filme, aqueles nem valem muito a pena.

Pecados Íntimos

Pecados Íntimos (Little Children, EUA, 2006)
Drama - 130 min

terça-feira, 6 de março de 2007

O ilusionista

O ilusionista (The Ilusionist, EUA/Rep. Tcheca, 2006)
Drama - 110 min

Beleza visual e presenças marcantes fazem de O Ilusionista um filme que surpreende. E não me refiro a seu tão comentado desfecho, que não é o grande valor do filme.

Talvez um dos maiores prazeres do filme é a presença de Edward Norton, um daqueles atores que sempre serão chamados de "o melhor de sua geração", que por acaso andava sumido dos cinemas. Ele interpreta Eisenheim, o ilusionista que vira notícia em Viena pelos seus shows de ilusão. Não há artificialidade em sua composição. Quando ele ilude suas platéias vienenses, ele ilude - e encanta - as platéias do cinema também. Junto a ele o ótimo Paul Giamatti, sempre excêntrico, como o chefe de polícia Uhl. Devo dizer que não me encantei por Jessica Biel, afinal ela não faz nada de excepcional, mas consegue não se apagar perante tal dupla de atores. Em meio a esses personagens tem toda a trama de mágica, ilusão, golpes de poder, romance proibido, tudo muito bem organizado. A fotografia é bela, não há dúvida, bem como a trilha sonora de Philip Glass. Esta pontua muito bem os momentos de admiração dos feitos do ilusionista com uma música leve e triunfante.

Devo dizer que nem tudo é perfeito no mundo. Nem naqueles onde a ilusão impera. Apesar da ótima postura de não se preocupar em revelar os segredos dos truques, relevando acontecimentos fora dos palcos, o clímax destes é incompleto. Não nego que seja sensacional e que Eisenheim merece mesmo o título que possui. As revelações em flashback, supostamente imaginadas por Uhl, não agradam, já que não abre espaço ao espectador para fazer suas próprias conclusões, vencer sua própria ilusão. Além disso, Uhl foi só um meio de o roteiro tentar esconder sua pequena fraqueza em concluir sua ótima estória. É inevitável fazer uma comparação com o filme "O grande truque", do mesmo ano e de tema parecido (mágica), em que o público é tratado como inteligente.

Certamente, O Ilusionista é um filme marcante, sobretudo pelo seu forte personagem principal. Não há como negar a eficácia de sua parte mais técnica que chega a encantar em um filme independente. E mesmo com tanta pompa em se tornar um grande filme, a ilusão da grandiosidade foi quebrada pelo final, com ótima idéia, mas com má exposição.


Cotação: 7/10

Thúlio Carvalho

quinta-feira, 1 de março de 2007

Turma da Mônica em Uma Aventura no Tempo

Turma da Mônica em Uma Aventura no Tempo (Idem, Brasil, 2007)
Animação - 80 min

Dogão - Amigo pra cachorro

Dogão - Amigo pra cachorro (Doogal, EUA/França/Inglaterra, 2006)
Animação - 85 min

Que tal uma releitura de livros de fantasia sob um ponto de vista mais infantil voltado primordialmente para os espectadores mais novinhos? Não há outra definição para esse Dogão - Amigo pra cachorro, que não consegue passar de ser apenas mais uma animação.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Depois da cerimônia

Felicidade! Depois de uma das mais longas cerimônias da premiação (em torno de 4 horas e 20 minutos), essa 79ª edição do prêmio foi bastante agradável. Para mim, pelo menos. Surpresas e boas escolhas sempre são as mais agradáveis das decisões da Academia.

Depois de ter passado o dia todo assistindo aos cinco indicados a melhor filme, deixei a televisão ligada no tapete vermelho. É bom para ver gente que você gosta antes da cerimônia, mas tmabém é horrível ficar ouvindo os comentários de tradutores e Rubens Ewald Filho na TNT. Ahhh, Kate Winslet, magnífica!


Sim, então o show começa às 22h30, horário de Brasília. A apresentadora Ellen DeGeneres fez uma agradável participação nesse Oscar. Foi à platéia com um microfone brincar com alguns indicados, como Martin Scorses e Clint Eastwood, foi comida por cobras, ligou um aspirador de pó e criou uma vestimenta para carregar o Oscar. Além do mais, adoro ela desde que emprestou sua voz para a inesquecível Dory de Procurando Nemo.

Agora, os premiados categoria a categoria, em ordem de entrega, e meus comentários.

Melhor Direção de Arte

Não entendi quando Rubens Ewald Filho disse ter sido uma surpresa O Labirinto do Fauno ganhar nessa categoria. O sindicato já havia premiado o filme, que muito merecidamente levou a primeira estatueta da noite.


Melhor Maquiagem

Aqui se O Labirinto do Fauno não ganhasse, seria uma das grandes zebras do ano. Mas o filme fez por merecer e ganhou seu segundo Oscar. A premiação começou premiando duas vezes seguidas o México, grande destaque das indicações.


Melhor Curta de Animação

The Danish Poet levou, como uma surpresa, já que ganhou dos curtas da Disney e da Fox, os únicos que havia visto e tinham maior renome. Terceiro prêmio consecutivo para estrangeiros!


Melhor Curta Metragem

West Bank Story levou. Não vi nenhum dos indicados. Trata-se de um musical americano que se passa em Israel, entre judeus e palestinos. O nome do curta é uma referência ao musical Amor, Sublime Amor, que no inglês chma-se West Side Story.


Melhor Edição de Som

Com dupla indicação esse ano, a dupla de vencedores levou o Oscar por Cartas de Iwo Jima, que tem um bom trabalho, claro. Mas não deixa de ser a única forma de premiar o filme que só obteve quatro indicações (as outras três são mais improváveis). O outro filme a que eles estavam indicado era justamente A conquista da honra, do mesmo diretor Clint Eastwood.


Melhor Som (ou Mixagem de Som)

Primeiro prêmio para Dreamgirls - Em busca de um sonho. Como sempre Rubens Ewald Filho fala, é mais difícil trabalhar o som num musical, que depende muito dele. Dentre os filmes de guerra e o musical, este prevaleceu!


Melhor Ator Coadjuvante

Surpresa! Para mim muito agradável! Não foi Jackie Earl Haley que levou, mas Alan Arkin, de Pequena Miss Sunhine. De um modo ou de outro, Eddie Murphy ficou de mãos abanando. E disso, eu gostei! Ele está bem em seu papel, mas também não o preferi a seu colega de cena Steve Carrel! Enfim, nessa categoria recai a injustiça da não-indicação de Jack Nicholson, excelente em Os Infiltrados!


Melhor Filme de Animação

Surpresa! Não foi Carros que levou, apesar de toda sua bagagem de premiações anteriores. Levou o queridinho do público e crítica Happy Feet: O Pinguim. Eu não me encantei pelo filme, mas concordo que Carros não era assim tão espetacular para levar tudo.


Melhor Roteiro Adaptado

Pecados Íntimos não levou, mas assim Os infiltrados ganha seu primeiro Oscar da noite. Um sorriso gigantesco estampado em meu rosto. Ah, adorei com0o eles apresentaram os indicados, com uma leitura do roteiro ao mesmo tempo que a cena se desenrolava. Genial!


Melhor Figurino

Uau três vezes! Uau porque os indicados foram apresentados ao vivo no palco, com uma mostra do figurino de cada filme. Uau porque venceu Maria Antonieta, em sua única indicação, vencendo aqueles que venceram no sindicato. Uau porque a figurinista agradeceu a Stanley Kubrick, o "mestre dela", meu diretor favorito (faleceu em 1999).


Melhor Fotografia

Surpresa! Aqui a surpresa foi enorme! O Labirinto do Fauno desbancou o grande favorito e primoroso trabalho de Filhos da Esperança. Evaporou-se a maior chance de um dos melhores filmes do ano passado (e esnobado no Oscar) levar um careca dourado. Terceiro prêmio de Fauno!


Melhores Efeitos Visuais

Piratas do Caribe: O baú da morte levou a melhor confirmando seu favoritismo. E pesou muito ter sido o maior sucesso comercial de 2006, sendo inclusive o terceiro filme a cruzar a barreira do 1 bilhão de dólares mundialmente.


Melhor Filme Estrangeiro

Surpresa! Uma possibilidade não muito forte que se torna realidade. O alemão As vidas dos outros desbanca o favorito O Labirinto do Fauno. Mas eu sempre temi isso, afinal quem vota para essa categoria é sempre o mesmo grupo preconceituoso de sempre, que deve ter ficado com medo de Fauno. Mesmo assim, não fico triste pois o filme alemão é excelente!


Melhor Atriz Coadjuvante

Jennifer Hudson confirma seu favoritismo e leva o prêmio pela sua performance em Dreamgirls - Em busca de um sonho. Não fico triste mas também não vibro com sua vitória, pois mesmo que seja a melhor coisa no filme, não era necessariamente melhor que Cate Blanchett ou Adriana Barraza.



Melhor Documentário em Curta Metragem

Ganhou The Blood of Yingzhou District. Não vi nenhum dos indicados. Não prestei atenção no tema do curta.



Melhor Documentário

Uma verdade inconveniente leva Al Gore ao palco mais uma vez (ele já estivera nele com DiCaprio para fazer campanha ecológica) e bate mais uma vez na tecla que tanto bate no documentário que incentivou. Muito bom!


Melhor Trilha Sonora

Não sei se é surpresa realmente, mas para mim foi. Gustavo Santaolalla ganha o prêmio pela segunda vez consecutiva, por uma trilha bonita mas que não me agradou mais que a sua anterior ou mesmo de alguns dos outros filmes indicados, como escrevi no post de sábado. É apenas o primeiro prêmio de Babel.


Melhor Roteiro Original

As categorias de roteiro não tiveram surpresa e repetiram os resultados do sindicato dos roteiristas. Levou a melhor Pequena Miss Sunshine. Queria muito que A Rainha tivesse levado (havia levado o Globo de Ouro anteriormente).


Melhor Canção Original

Depois da apresentação das Dreamgirls, em que Beyoncé falhou um pouco e Hudson deu mais show com sua garnde voz, o prêmio é apresentado pela segunda vez consecutiva por Queen Latifah (esse ano com John Travolta). SURPRESA! Uma canção de um documentário leva o Oscar: "I need to wake up", de Uma Verdade Inconveniente. Destaque para o beijo que a autora dá em sua esposa, e o aberto agradecimento a ela.


Melhor Montagem

Estou apreensivo! Esse prêmio dá uma linha de leitura para as reais chances do que vem a acontecer ainda. E para minha felicidade, ganha Thelma Schoonmaker, a editora de Os Infiltrados, grande parceira de Scorsese. Este quase chorou, e eu também ao vê-lo. Terceiro Oscar dela (os outros dois foram justamente por trabalhos com Scorsese, em Touro Indomável e O Aviador).


Melhor Atriz

Helen Mirren e pronto! Por mais que todas as cinco indicadas estivessem maravilhosas em seus papéis, Helen estava um grau acima. Ela é impressionante em A Rainha. Não um daqueles papéis em que a atriz se explode em lágrimas ou congestões de face, mas uma construção perfeita.



Melhor Ator

Não foi surpresa! O grande ator Forest Whitaker leva o prêmio pelo seu papel em O último rei da Escócia, mas o meu favorito era claramente Peter O'Toole. Fiquei triste ao observar a cara de derrota que este fez qunado Reese Whiterspoon anunciou Forest como vencedor. Agora sim ele é o maior perdedor da categoria: 8 indicações, 8 derrotas.


Melhor Direção

Francis Ford Coppola, George Lucas e Steven Spielberg aparecem no palco juntos para entregar esse troféu a Martin Scorsese, por Os Infiltrados. Finalmente! Chega chorei de emoção. Oscar tardio, já que ele já mereceu e muito outra vezes, não há erro em sua premiação, mesmo que alguns fãs aleguem que esse é um filme menor dele. Me pergunto se algum deles faria melhor. Perfeito! Terceiro filme em que trabalha com o ótimo Leonardo DiCaprio, que merecia ter levado por esse filme, mas estava indicado pelo filme errado, como já comentei!


Melhor Filme

O grande momento da noite. Este ano qualquer um podia vencer, pois a temporada de premiações foi muito difusa quanto à premiação de um melhor filme. E quem vem apresentar? Pelo segundo ano consecutivo, Jack Nicholson, o injustiçado do ano. E junto a Diane Keaton. And the Oscar goes to... The Departed! Que irônico um dos atores do filme anunciar que seu filme ganhou! Mas foi ótimo! Vibrei muito! Scorsese ainda estava conversando com Spielberg nos bastidores, mas a câmera não deixou de ir atrás dele! Os Infiltrados, o melhor filme do ano!


Quadro geral da 79ª Edição dos Academy Awards:

Os Infiltrados - 4 Oscars
O Labirinto do Fauno - 3 Oscars
Pequena Miss Sunshine, Dreamgirls - Em Busca de um Sonho, Uma Verdade Inconveniente - 2 Oscars
A Rainha, O último rei da Escócia, Happy Feet: O Pinguim, Babel, Cartas de Iwo Jima, Piratas do Caribe: O baú da morte, Maria Antonieta e As vidas dos outros - 1 Oscar

Sim, depois da controvérsia do ano passado, o Oscar fez bonito esse ano. Na Globo, José Wilker já desfiou seu comentário de que o filme não merecia. Mas de alguém que disse que Crash mereceu, frente àqueles concorrentes, eu só faço tentar escutar.

Super quarteto: Coppola, Scorsese, Spielberg e Lucas

Não é o melhor filme de Scorsese. Claro que não! Mas é ainda assim um excelente filme, em que todos seus departamentos trabalham em ótima harmonia. Para mim, Taxi Driver ainda é o melhor (preciso rever Touro Indomável, vi muitos anos atrás, numa época em que não confio mais em minha opinião cinematográfica), mas Scorsese é o melhor diretor vivo, e o que quer que faça, ainda faz muito bem!

Embora a cerimônia tenha acabado em torno das 2h15 da manhã, de tanta euforia só consegui dormir às 4h30! Havia estabelecido que iria ao cinema rever o filme. Mas o cansaço não permitiu e pude, então, escrever esse post, muito feliz!

Thúlio Carvalho