quarta-feira, 11 de julho de 2007

Harry Potter e a Ordem da Fênix

Harry Potter e a Ordem da Fênix (Harry Potter and the Order of the Phoenix, EUA/Ing, 2007)
Aventura - 138 min

Nem mesmo a melhor magia pode controlar o emocional do mago. A evolução destinada a trama desse novo filme para a saga como um todo reside justamente nesse ponto chave da personagem Harry Potter. O garoto de 11 anos que descobre que é um mago não continua o mesmo.

Foram muitos os terrores já vividos, e mais alguns ainda estão por vir. Apesar da constante evolução no apsecto criança-adolescente que ocorre desde o terceiro (e melhor) filme, agora é que Harry encara um perigo mais avassalador. Ele não está ameaçado somente pela até recentemente ameaça de retorno do seu grande inimigo. Constatado o fato de que Voldemort finalmente retorna, a lembrança de tudo que aconteceu quando Harry era apenas um bebê gera medo nas autoridades do tão presente neste filme Ministério da Magia, que procura desmentir Harry (e Dumbledore) sobre esse retorno.

Todo esse apetrecho político foi até abordado como monótono no talvez mais fraco livro de J. K. Rowling, mas sucinta questões que servem bem ao filme. E como exemplo, temos a figura de Umbridge, a nova professora de Defesa contra as artes das trevas, que é na verdade uma espiã, por assim dizer, colocada na escola para controlar qualquer coisa que nào esteja indo de acordo com o que eles querem. E está em Umbridge, ou melhor, em Imelda Stauton, talvez a melhor coisa do filme. Sua incorporação da personagem é excelente, seu sorriso com nenhum humor por trás dele é ótimo. Atrevo-me a dizer que a sua talvez tenha sido a melhor atuação até hoje na série. E ao lembrar dela, lembro-me de dois itens do filme: a trilha sonora que não supera as criações de John Williams, mas mais agradáveis que a do filme anterior (incluindo o tema da própria Umbridge, que é ótimo); e a utilização de jornais como forma de contar detalhes que acontecem no mundo de Harry (devo admitir, porém, que quando utilizados no final do filme, não criam um efeito positivo).

As outras personagens são todas pouco exploradas, com exceção de Harry, é claro. Quem até talvez tenha mais espaço é Gary Oldman, um ótimo Sirius black, que encerra junto a Daniel Radcliffe a melhor cena do filme, em que ambos conversam sobre a família de Black e os sentimentos do próprio Harry. Daniel constrói um Harry que supera os dos outros filmes, esquecendo os maneirismos e expressões óbvios que adotou no quarto filme (depois de estar tão bem no terceiro filme). Adaptou-se o maior livro no mais curto filme até agora, mas isso não significou problemas na adaptação em si, apenas no ritmo rápido do filme. Não posso afirmar que o filme é perfeito porque a fotografia está longe de sê-la. David Yates optou pela câmera muito quieta e certa, nada como a beleza visual do Cuarón no terceiro filme.

Por algumas opiniões que já colhi, alguns se decepcionam com a frustada espera de um grande confronto envolvendo Harry no final do filme. Como leitor da obra, eu não me frustaria nunca, mas não há motivos pois o confronto está ali, só não envolvem varinhas ou feitiços. A história desse filme foi contada para chegar justamente a esse ponto, a essa nova vitória de Harry.


Thúlio Carvalho
Cotação: 7,5/10

Nenhum comentário: